domingo, 7 de agosto de 2011

O SIGILO ETERNO E CIVISMO DOS PRESIDENTES

                                                                                                
Semanas atrás, quando se discutia o Código Florestal e a saída do Palocci da Casa Civil, houve quem sugerisse uma mudança radical no perfil governista. A troca de ministros seria um balde de água fria nas pretensões da oposição em querer  minar as ações da secretaria institucional, que coordena a política do governo Dilma.
A nova titular da pasta Ideli Salvatti, nem bem assumiu o cargo, já encontra pedregulhos em sua frente.  O desentrosamento do PT com o PMDB quanto ao “sigilo Eterno” para documentos oficiais. A Ministra em seu discurso prometeu composição, dialogo e entendimento até mesmo com a oposição. Porém, dia seguinte de sua posse, deputados da base aliada continuam sustentando que sem nomeações e liberação de verbas de emendas individuais ao orçamento, vão votar contra o governo.
Pelo jeito, a ministra Ideli, pode ter suas intenções naufragadas sem mesmo tirar o barco da unidade política do porto. Os lideres do PT no Senado e na Câmara já anunciaram que vão se posicionar contra o sigilo eterno.
A compra do Estado do Acre, o bombardeio ao palácio Piratini no Rio Grande do Sul ( governo de Leonel Brizola) são fatos históricos que precisam  ter as documentações liberadas pelas Forças Armadas. Faz mais de 50 anos dos acontecidos e até hoje não sabemos  o teor dos referidos documentos.
Temos conhecimentos dos fatos em fragmentos soltos, mas seria bom conhecê-los na integra. Para os então presidentes e atuais Senadores José Sarney e Fernando Collor além da presidente Dilma Rousseff, querem manter em segredo ou apagar da memória nacional páginas libertárias de nossa historia. Qual o motivo deles serem favoráveis ao sigilo eterno?
São seis meses  de governo e a presidente Dilma assumiu uma postura diplomática  em seu jeito de administrar os problemas políticos e estruturais do país. Não é fácil coordenar uma equipe em que os jogadores não querem participar dos  treinos. Todos se escalaram em posições de centroavantes. O jogo da governabilidade (orçamentária) deixa em lados oposto os aliados.
Mas como uma treinadora experiente no convívio da política, sabe muito bem montar estratégias para ganhar aplausos até mesmo dos ditos adversários. Usa da diplomacia quando lhe convém.  Para mostrar que saber jogar, enviou uma carta parabenizando os oitenta anos do então presidente e oposicionista Fernando Henrique Cardoso.
Sendo elegante do começo ao fim, na carta a  Fernando Henrique Cardoso reconheceu o valor de seu adversário ao dizer; “em seus 80 anos foi o acadêmico inovador, o político habilidoso, o ministro arquiteto de um plano duradouro de saída da hiperinflação e o presidente que contribuiu decisivamente para consolidação da estabilidade econômica”.
O Gesto de Dilma repercutiu favorável no ninho dos tucanos. Apesar das divergências políticas e partidárias, fica a lição civismo, tão em falta no Brasil.
Parabéns a Democracia Brasileira.



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