domingo, 7 de agosto de 2011

O Recesso e as Mazelas - 01/08/2011

                                                                                            
                               
                                                                                          
Amigo leitor,  peço desculpas pela ausência de postagens de nossa crônica diária. Tive que me ausentar  para uma merecida férias de quatro dias. Espero que compreenda, também tenho o direito de fazer recesso, afinal sou politiqueiro.

O recesso terminou estamos de volta. Durantes estes dias em que permaneci desligado da internet e do mundo midiático, pensei que ao retornar à civilização, tudo que deixei  estivesse ficado no passado. Queria encontrar a humanidade cantando à paz, a população brasileira sem os ditames da ditadura corruptiva nos órgãos públicos e que o povo realmente fizesse parte, indiscriminadamente, de ações sociais voltadas para a valorização coletiva. Enganei-me.

O mundo não canta a fraternidade universal.  Em nossa querida Pátria Brasil, as mazelas sociais continuam a fazer suas vítimas pelos quatros cantos do Território Nacional. Dessa vez, quem sofre são as mulheres negras com HIV que estão passando por uma experiência mais difícil, e sujeita a uma probabilidade maior de complicações ou insucesso no tratamento, do que mulheres não-negras, em posto de saúde da rede pública.

A análise de entrevistas e do perfil sócio-econômico de mais de mil soropositivas, feita pela bióloga Fernanda Lopes, que aponta claramente as diferenças no que se chama vulnerabilidade quando considerada a raça das pacientes.

Em outras palavras, caracterizou estatisticamente quanto e como cada grupo está exposto tanto à infecção pelo vírus, como ao adoecimento de fato. Os resultados da pesquisa, apresentados em sua tese de doutorado, mostram que as negras chegam mais tardiamente e já adoecidas ao sistema de saúde, têm mais dificuldade de seguir o tratamento e não encontram, nos serviços especializados, profissionais capazes de compreender as especificidades relacionadas à questão racial.

“Quando o profissional não percebe a diferença entre os grupos, não percebe que há necessidades diferentes.” Sentenciou a pesquisadora.

No entanto, Fernanda frisa ainda, que o tratamento desigual “pode ser uma manifestação de racismo”, fatos como postos de saúde nas periferias, usados com maior freqüência por negras, serem mais precários que os serviços oferecidos nas regiões centrais das cidades. É impossível admitir que o serviço prestado pelo SUS seja diferenciado. O que é lamentável.


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