Imaginou aquele enjôo na barriga, após uma noitada efusiva entres os amigos e ao acordar sente-se com aquela sensação que tudo vai despencar sobre sua cabeça? Pois é, assim que nas últimas décadas, estamos nos sentindo ao vermos o desmoronamento das instituições que foram criadas para representar, defender e resguardar nossos direitos constitucionais. A situação moral que a Pátria atravessa, faz com que vivamos em eterna ressaca. Um porre total.
Os abalos morais e psicológicos que ora vivemos, deixam nossas glândulas supra-renais liberarem quantidades abundantes de hormônios nocivos, que prejudicam os valores éticos e nos faz sentir os efeitos contrários da adrenalina moral. Ao mesmo tempo, aumenta um sentimento antipatriótico. Ou seja, uma reação, uma náusea.
Refletir sobre a realidade social brasileira - mesmo que em suas versões menos radicais de pobrezas - é percorrer uma agitada trilha de conflitos e contradições. São essas duas das características dos esportes de aventura, que foram adaptados pelos políticos e governantes que ostensivamente são incapazes de resolverem os problemas estruturais do País. A principal é a erradicação das favelas existentes, versão republicana das senzalas escravocratas, sendo uma aberração social que precisa ser eliminada do contexto paisagístico brasileiro.
É lamentável que nossa sociedade, depois de quatro séculos de escravidão e um século de exclusão social, ainda não descobriu o significado da palavra cidadania. Nesse turbulento esporte radial de insegurança e incertezas sociais em que vive uma significativa parcela da população brasileira, ainda possa atrair número cada vez maior de interessados em uma dose de adrenalina – no sentido da palavra, viver em condições deploráveis -.
Os treinadores da democracia republicana; por exaustão nos exercícios de falcatruas, corrupção, enganos e outras contravenções, espoliam a população carente moradoras das favelas e dos igarapés destoando assim, seu melhoramento ambiental e condicionamento físico, moral e social.
Outra modalidade que ganhou versão controlada foi a escalada crescente – que eleva a emoção dos brasileiros na medida certa -, da criminalidade coordenada de dentro das cadeias públicas. Morar em qualquer cidade brasileira hoje é caótico; liberdade e emoção são atividades lúdicas e que são praticadas ao som frenético das balas perdidas e dos choros agonizantes dos que perderam entes queridos.
Não quero e nem posso ser pragmático; mas minha adrenalina de brasilidade faz com que eu me sinta na obrigação de alertar meus pares de nacionalidade, a fazer treinamento preparatório de enfrentamento para situações reais adversas, como nadar contra o vento.
Se essa correnteza abusiva de roubalheiras dos cofres públicos, das execuções sumárias por esquadrões da morte, e das intimidações dos mafiosos as comunidades faveladas, mantendo-as submissas e aterrorizadas, continuarem. Restará apenas lamentarmos.
No dizer do Senador Pedro Simon-PMDB/RS –“O povo brasileiro é um grande povo, correto, responsável. Por isso, precisa reagir”-. Pergunto ao Senador: Como reage um povo lesado, faminto, sem direito à moradia, educação, saúde e segurança?
O teste de condicionamento físico, moral e emocional dos brasileiros serão medidos no grande evento esportivo da década – Copa do Mundo. Não resta dúvida de que nosso País carece de uma mobilização esportiva desta natureza para mostrar ao mundo que somos civilizados. Isso se os traficantes e os corruptos deixarem!
“Não me surpreendo com o grito dos maus, mais sim com o silencio dos bons”-Luther King.
Nenhum comentário:
Postar um comentário