A enxurrada de corrupção não está centrada somente em Brasília. A lama podre das espertezas sem medidas estende-se por todos os cantos. Vai do Oiapoque ao Chuí. Multiplicam-se as denúncias contra gestores que fazem do dinheiro público contas particulares, a ponto de desfilarem com suntuosidade sem que as vergonhas lhes tremem a cara ensebada de óleo de peroba.
Faz muito tempo que acendeu a luz vermelha no semáforo da democracia, por conta do crescimento corruptivo de certos políticos e seus familiares, que visam poder e fama, mesmo para que com isso tenham que roubar alimentos de crianças.
No dicionário dos malfazejos, inexiste o sentido de gratidão e solidariedade, também esquecem que os hábitos saudáveis de alimentação devem ser incentivados e praticados desde a mais tenra idade. Como não são seus filhos, a preocupação deixa de ser prioridade e desviam verbas que diminuiria a fome das crianças que dependem de um simples mingau ou de uma sopa escolar, que para muitos é único alimento diário.
Exemplo melhor não se encontrará diante do que acontece nas cidades interioranas do norte e nordeste brasileiro. Ontem mesmo os jornais de Manaus denunciaram irregularidades na licitação de compras da merenda escolar pela secretaria de educação do município. É o primado dos que querem tirar proveitos de inocentes que constitucionalmente merecem por parte do poder público e seus agentes o mínimo de respeito e dignidade.
Vale ressaltar o pensamento do professor Rubem Alves; “os políticos esquecem ou fazem de caso pensado, quando de suas falcatruas prejudicam os que se encontram em estado de miséria”.
O que dizer dos que poderiam minorar tal situação e fazem ao contrário? Ou seja, as irregularidades estão acontecendo, em muitos casos com aval dos próprios prefeitos que deixam nas mãos de suas primeiras damas a administração social do município, que na realidade usam o dinheiro da merenda escolar para realizações de festas, viagens e aniversários dos seus entes queridos. O pobre que morra!
Se houvesse um pouco de dignidade naqueles que gerenciam o alimento escolar, veriam que é nesta fase da vida que as crianças desenvolvem o conhecimento cognitivo, motor, físico e necessitam de substâncias como proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e sais minerais contidas nos alimentos.
Segundo os nutricionistas do PNAE, quando o consumo destes nutrientes é adequado, isto é, ajustado às necessidades individuais, as crianças terão um melhor desempenho escolar e uma maior facilidade de assimilação dos conhecimentos. Com isto o entendimento é maior e o aprendizado se dá de uma forma bem natural e com muita satisfação. A alimentação equilibrada favorecerá a prevenção de uma série de doenças, como também o crescimento adequado.
A solução repousa em nossa própria fraqueza, quando votamos neles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário