domingo, 7 de agosto de 2011

Continuamos Racistas



                                                             
O Brasil é o país com a segunda maior população negra do mundo. Contudo, analisando o mercado de trabalho, percebe-se que a quantidade de negros em setores “elitizados” é muito baixa. O mesmo problema ocorre no ingresso do negro nas universidades.
                       Mesmo disfarçado, o racismo ainda é a forma mais clara de discriminação na sociedade brasileira.O brasileiro tem dificuldade em assumir o seu racismo devido ao processo de convivência cordial que distorce o conflito.
A discriminação racial está espalhada pelo Brasil. Escola e mídia apresentam um modelo branco de valorização. O acesso aos espaços políticos, aos bens sociais, à produção do pensamento, a riqueza, tem sido determinado pela lógica escravocrata. O espaço negro é reduzido. O negro é discriminado e não é reconhecido em suas atividades.
Entretanto, as narrativas de humilhações e dificuldades entram em choque com o fato concreto que é a presença e importância fundamental dos negros e seus descendentes na cultura e nas artes brasileiras. Grandes nomes como o do escultor  Aleijadinho, do escritor  Machado de Assis, dos juristas Rui Barbosa e Ministro Joaquim Barbosa e das cantoras Elza Soares  e Ivone Lara , todos mulatos, devem ser lembrados como engrandecedores de nossa sociedade.
O preconceito está sempre queimando e maltratando alguém. Ninguém admite o racismo, apesar do uso de expressões clássicas do tipo “bom crioulo”, “negro de alma branca”, “é negro, mas é educado”, “fulano de tal tem cabelo duro”.
É o preconceito indireto expressado de maneira clara como, por exemplo, a proibição ou o tratamento desigual a um indivíduo ou grupo que poderia ter os mesmos direitos e o são negados.
É espantosa a naturalidade com que as pessoas públicas, principalmente artistas famosos, manifestam seus preconceitos. Essas pessoas parecem não perceber o que estão fazendo e como colaboram para a internalização do preconceito, já que suas falas são tidas como verdades, repelidas nas novelas, multiplicadas pela mídia.
As práticas de racismo são diversas e se apresenta de diversas formas. Por meio das estatísticas sobre escolaridade, mercado de trabalho, criminalidade, presença nas artes e outros podem perceber o problema na prática.
No Vestibular da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS, os mais de 15.000 candidatos se depararam com uma frase da prova de língua portuguesa que trazia preconceito de cor explícito. A frase “Ela é bonita, mas é negra. Embora negra ela seja bonita”. O constrangimento que a questão submeteu aos candidatos tornando desigual a competição.
A sociedade tem sido apesar dos mais de 100 anos da Lei Áurea, regida por uma lógica escravocrata e machista. A desigualdade racial brasileira é denunciada pela pesquisa da Federação do Órgão para Assistência Social e Educacional - FASE, que traz índices que levam à conclusão de que a qualidade de vida da população negra está próxima a dos países mais pobres.
 Desta forma, no momento em que a criança deveria estar na escola ela está na rua procurando sobreviver. De 2000 menores carentes, conforme o UNICEF, 1600 são negros.
No trabalho a exigência de “boa aparência”, o assédio à mulher, a ocupação de cargos inferiores, a remuneração diferenciada do negro em relação ao branco nos mesmos cargos, a violência física (que chega a ocorrer em alguns casos) são exemplos do problema.
Iniciativas para diminuir e extinguir o racismo são necessárias para a sociedade brasileira, principalmente do auxílio da escola, mídia e universidades.
Somente através da integração (biológica, social e cultural) o negro poderia se incorporar ao corpo da nação brasileira.
                         Bom Domingo, que possamos com a luz do Divino Mestre  refletir sobre os nossos preconceitos.




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