sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A Crise do Tio Sam - 16/09/2011

Em que uma recessão nos Estados Unidos pode interferir na economia brasileira e mundial?  Na verdade, ninguém pode dizer com exatidão em que medida a situação norte-americana pode provocar estragos em outros países. Porém, a economia do mundo atual baseia-se em relações de interdependência. Grande parte das exportações brasileiras, por exemplo, vão justamente para os Estados Unidos que, com a recessão, pode reduzir suas importações.
Se dermos uma olhada no passado veremos que desde 2001 a economia dos Estados Unidos está  a deriva e  oficialmente em recessão. Em 2007 a crise agravou fazendo com que o governo americano aprovasse  pacotes de estímulos de ajuda às empresas e bancos em dificuldades financeiras. Para o presidente Obama, que não anda muito bem com os deputados e senadores, está tornando-se difícil sua intenção de reeleição se essa crise perdurar. Mesmo tendo aprovado pacotes de estímulos à economia americana precisará saí do patamar em que se encontra.

Muitos apontam que em cenário de crise surgem oportunidades. A qualidade jamais deve ser descartada. Ela pode ser um diferencial. O entretenimento, por exemplo, pode ter aumentos significativos, assim como a compra e venda de produtos locais. Alguns especialistas mais céticos apontam que esta crise pode gerar numa nova depressão econômica que pode ser igual ou ainda pior que a dos anos 30.

Os impactos da atual crise econômica mundial para a economia brasileira  trás preocupação ao mercado financeiro, em razão da desregulamentação da conta de capital do balanço de pagamentos do Brasil, que concede uma grande liberdade aos fluxos de capitais, para a compra e venda de ações, de títulos da dívida pública e de outros papéis.
Para Delfin neto, “Essa nova realidade tem levado à desmoralização do discurso liberal em todo o mundo, com o Estado aparecendo, mais uma vez, como é comum nos momentos de crise do capitalismo, como o “salvador da pátria”, pois julgava, inicialmente, que a crise era de liquidez e não, como se evidencia agora, de solvência”.


Não podemos ser tão otimistas aponto de se esperar que o pacote aprovado no Congresso dos Estados Unidos, resolva em curto prazo, a crise financeira. Além  disso,  é certo que também não impedirá a difusão e o aprofundamento da crise para a esfera produtiva para  os demais países do mundo.

Lendo sobre o assunto,  percebemos que   sem dúvida,  que todos os países serão atingidos pela crise global. Entretanto, o grau de sofrimento de cada um, dependerá de suas respectivas políticas econômicas. Já no Brasil, o agravamento da crise tem obrigado o governo a mudar o discurso da “blindagem” ou do “descolamento” da economia brasileira em relação aos EUA, levando o Banco Central a adotar certas medidas para venda de dólares com cláusula de recompra, vendas de dólares das reservas e vendas de dólares no mercado futuro.

Por outro lado, a estratégia de elevação da taxa de juros, já é questionada no interior do próprio governo. No entanto, essa não vai ser uma escolha trivial. Muitos acreditam que o governo deva rever suas ações para que não tenhamos que sofrer  uma economia sem controle dos fluxos de capitais.  Uma  vez que a elevação da taxa de juros também é utilizada com o objetivo de tentar impedir a fuga de capitais nos momentos de crise.

O que nos resta, é somente esperar que nossa mandatária  permaneça a rota econômica rumo a contenção dos gastos públicos e ao controle da inflação.


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