Política – Derivação do Verbo;  Querer/Ter

Ao verificar meu e-mail no dia de ontem, deparei-me com a seguinte citação: “Só se escreve para provocar um amigo, conquistar uma mulher ou ganhar muito dinheiro”  de Ivan Lessa. Logo abaixo, tinha uma solicitação na qual o remetente pedia-me  para fazer um comentário sobre o pensamento acima, com indagações que me deixaram um pouco apreensivo  quanto a dinâmica do escrever.

O emissor cutucou-me as idéias com dados de curiosidades no querer justificar seu grande interesse pela escrita, questionando-me a respeito da veracidade do dizer de Lessa. Confesso que refletindo a cerca do assunto, conclui que poderíamos dá um complemento ao palavrório do autor; - Se escreve também para opinar e comentar sobre temas variados, cobrar atitudes corretas dos políticos e demais autoridades com o trato das coisas públicas fazendo valer nossos direitos de cidadãos.  

Outros e-mails recebi, de leitores de Boa Vista/RR, os quais agradeço,  instigaram- me  a  escrever sobre as cassações de políticos  roraimenses. Para não ser injusto com ninguém, fiz um estudo conciso do assunto e espero que seja do agrado dos que me solicitaram tal opinião. Lembrei dos ensinos da Professora Macuxi: - “A política, como as pessoas, tem mania. Combina,briga,faz exigência e arma ciladas. É caprichosa, elitista, tem poucos amigos leais e muitos espertalhões. Mas, por capricho do destino, a sociedade lhe adota. Ela é como fogo morro acima ou água morro abaixo. Os espertos dela tiram proveito e os pobres injustiçados. Violentada, vira a cara. Esperneia,se vinga, deixa mal quem dela abusa”.

Como podemos ver, a política brasileira tem vivido um círculo vicioso de eleger candidatos, sofrer decepções e ver discursos indignados contra corrupção e desgoverno. Mas a cada eleição, é feita  à cata de novos candidatos a salvador da pátria. Por mais que se faça uma boa peneiração, sempre haverá as ovelhas negras que  só nos decepcionarão   mesmo antes da diplomação e no decorrer do mandato.  Torna-se a única punição por excelência em meio às crises políticas, é a "cassação do mandato”. Daí, talvez, a razão para o rito ser amplamente explorado pela mídia, adquirindo típicos contornos de um reality show político.

Lamentável que no Brasil ainda existam políticos capazes de cogitar em atentado à Constituição e aos princípios da igualdade, da moralidade administrativa e da responsabilidade com o bem público. Fazendo da política a derivação do verbo, querer ter poder.  Afinal, a sociedade roraimense estar marcada por escândalos políticos e crises de toda ordem, o processo de cassação de deputados, governadores, procuradores, prefeitos, não é diferente dos demais estados da federação, mas expressa, desde os depoimentos, passando pelos recursos e chegando à cerimônia de votação e apuração, um significado de satisfação moral.

– Parabéns à Justiça Eleitoral! Escreve no quadro negro, Dona Macuxi com empolgação. Os alunos aplaudem-na.

A decretação da perda do mandato político pode ser fatal a qualquer pretensão política de curto e médio prazo: primeiro, pela intensa exposição negativa, que impinge uma agonia política por muitos meses - e que marcará para sempre um currículo político; segundo, porque os efeitos jurídicos da cassação exercem impedimentos de elegibilidade por muitos anos. É sempre importante esclarecer que a perda do mandato não implica na cessação dos direitos políticos, mas apenas restrições específicas sobre a elegibilidade do parlamentar cassado.

E quem assume? Nico perguntou.

- No lugar de Chico, é só lembrar daquele... Grilo ou gafanhoto? Minha memória falhou! Risos.

- Na vaga de  Antonio, bom... Mula sem cabeça só nas histórias da carochinha.

Bom... Escrevi!