sexta-feira, 4 de março de 2011

Foi no período Espanhol de 1495 a 1541  a descoberta do Estado do  Amazonas, mas foram os portugueses que seguiram para conquista das terras banhadas pelo Grande Rio Amazonas. Os exploradores e missionários, fundando feitorias e missões, fizeram o papel que lhes cabia no início da história amazonense. Aprisionar os índios  para catequizá-los, o certo é que os portugueses edificaram a construção de fortificações ao longo do Grande Rio logo após assinatura do Tratado de Madri assegurando para Portugal e posteriormente para o Brasil – a Grande Planície.
Foi através do Rio Amazonas que os primeiros conquistadores penetraram o território do atual Estado. Aliás, sua história está ligada à história do próprio Rio. Por ele, houve as primeiras expedições às regiões selvagens: Pinzón, Orellana, Pedro Teixeira, foram os primeiros navegadores a trazerem   colonos e  missionários a esta terra inteiramente desconhecida.

Cronologia


1539 – O navegante espanhol Francisco Orellana descobre (e batiza) o rio das Amazonas, depois de enfrentar uma tribo de mulheres guerreiras na foz do rio Nhamundá.

1542 - Poderia ser uma confirmação do mito das Amazonas ou Ycamiabas, as “mulheres sem homens”, como foram chamadas pelo padre Carvajal, da expedição de Francisco de Orellana, em 1542. Os relatos místicos as descrevem como mulheres altas, belas, fortes e destemidas.

1637 – O navegante português Pedro Teixeira toma posse, em nome do governo português, de todo o atual estado do Amazonas, incorporando ao território brasileiro quase metade de sua área atual.

1669 – O capitão Francisco da Mota Falcão constrói um pequeno forte de pedra na margem esquerda do rio Negro, na antiga aldeia de Mariuá, já então Vila de Barcelos (atual Município de Barcelos ). Também começou a ocupação dos rios Solimões (Alto Amazonas) e Madeira. Os primeiros colonos enfrentaram hostilidade dos nativos, como as tribos dos torás e manaós (que deram origem ao nome da capital) do cacique Ajuricaba, que investiam contra os povoamentos e destruíam casas e instalações.
1670 - Para catequizar (e pacificar) os índios, os jesuítas (principalmente espanhóis) construíram missões, principalmente nas bacias do Solimões e do Juruá, liderados pelo padre Samuel Fritz.
Nasceram nessa época as povoações que dariam origem às atuais cidades de Codajás, Tefé, São Paulo de Olivença, Coari, Borba, Airão.
1732 - Foram erguidas fortificações portuguesas em Tabatinga, São Gabriel da Cachoeira, Maribatanas e São Joaquim, dando início a novos povoados.
1725 – Inicia-se  a rebelião dos índios chefiados por Ajuricaba e os esforços para que a Capitania fosse desmembrada do Pará.
1727 – O militar Belchior Mendes da Costa aprisiona o tuxaua Ajuricaba, da tribo dos Manaós, colocando fim à grande revolta dos índios da região do rio Negro.
1750 - O tratado de Madri,  confirmou a posse portuguesa sobre a área.
1754 - o governador do Estado do Grão-Pará, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, instituiu uma comissão com base em Mariuá  para estudar e demarcar os limites territoriais do Estado.

1755 – Em 3 de março, o governo português funda a Capitania de São José do Rio Negro, ficando subordinada ao Governo Geral do Pará que daria origem ao estado do Amazonas. Neste mesmo ano o governo colonial concedeu privilégios e liberdades para quem se dispusesse a emigrar para a região, como isenção de impostos por 16 anos seguidos. Foi criada a Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão para estimular a economia local.

1757 - Tomou posse o primeiro governador da capitania, O capitão Joaquim de Melo e Póvoas, e recebeu do Marquês de Pombal a determinação de expulsar à força todos os jesuítas acusados de voltar os índios contra a metrópole e não lhes ensinar a língua portuguesa
1758 – A instalação oficial aconteceu  no dia 07 de maio.

1772 - A capitania passou a se chamar Grão-Pará e Rio Negro e o Maranhão foi desmembrado. Com o governador  Manuel da Gama Lobo D’Almada, a Capital foi transferida para a povoação da Barra do Rio Negro, que mais tarde  daria origem à cidade de Manaus. A principal razão da mudança era estar a Barra localizada a 15Km da confluência dos rios Negro e Solimões, sendo, portanto mais estratégica.

Neste mesmo ano com a mudança da Família Real para o Brasil, foi permitida a instalação de manufaturas e o Amazonas começou a produzir algodão, cordoalhas, manteiga de tartaruga, cerâmica e velas.

1821 No governo de João Pereira Caldas o Grão Pará e Rio Negro viraram a província unificada do Grão-Pará. No ano seguinte, o Brasil proclamou a Independência.

1832 - Uma revolta em exigia a autonomia do Amazonas como província separada do Pará. A rebelião foi sufocada, mas os amazonenses conseguiram enviar um representante à Corte Imperial, Frei José dos Santos Inocentes, que obteve no máximo a criação da Comarca do Alto Amazonas.
  
1835 – Início da revolta popular conhecida como Cabanagem, que se espalhou por toda a Amazônia. Com a Cabanagem, em 1835-1840, o Amazonas manteve-se fiel ao governo imperial e não aderiu à revolta. Como espécie de recompensa, o Amazonas se tornou uma província autônoma em 1850, separando-se definitivamente do Pará.
1850 - Em 05 de setembro, a Comarca do Alto Amazonas foi elevada a categoria de Província, com o nome de Amazonas, através da Lei n° 1852, tendo sido nomeado Presidente João Batista de Figueiredo Tenreiro Aranha.
1856 - A Capital passou a chamar-se Manaus.
. Em meados do século XIX (entre 1755-1791 e 1799-1808), foram fundados os primeiros núcleos que deram origem às atuais cidades de Itacoatiara, Parintins, Manacapuru e Careiro e Moura.
. O Amazonas deve seu notável desenvolvimento à ocupação de seu vasto território, ao breve ciclo da borracha. Foi nesta época que a colonização, em índices expressivos, formou vilas e povoados à beira dos rios.

1902 – Início da revolução acreana que, pela força das armas, incorporou ao Amazonas o território do Acre, até então pertencente à Bolívia.

1910 – Início da produção de borracha na Malásia, que conquistaria rapidamente o mercado mundial e levaria à bancarrota financeira os produtores amazonenses.
1915 - O ano começou melancólico. O preço da borracha caiu brutalmente diante da concorrência dos seringais plantados pelos ingleses na Malásia, proveniente de sementes brasileiras levadas pelo britânico Nickman.

1942 – Cerca de 60 mil nordestinos são enviados ao Amazonas e Acre para produzir borracha para os países aliados, em um formidável esforço de guerra.

1967 – Pelo Decreto Lei nº 288, de 28 de fevereiro é  implantada a Zona Franca de Manaus,(sugerida  pelo Deputado Federal Francisco Ferreira) que daria origem ao Pólo Industrial de Manaus e se transformaria na mais bem sucedida iniciativa de preservação da floresta amazônica em nosso território. O Amazonas acelera seu ritmo de desenvolvimento, dispondo de um grande movimento comercial de importação e exportação de produtos. Sua economia passou por grandes transformações e o Estado está em franca recuperação.

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  FERREIRA REIS, A.C.. A Amazônia e a Cobiça Internacional
  MONTEIRO, Mário Ypiranga. A Capitania de São José do Rio Negro. Manaus: s/ed, 1955.

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