Tio Tinga, sempre morou à margem do lago Miraau em Manaquiri. Pescador e caçador dos bons. Como um bom caboclo amazonense, gosta de contar belas prosas de suas aventuras e de seus pares. Seu Toninho amigo de Tio Tinga, se gabava de ser o melhor caçador do lugar,Dizia que não tinha uma vez que saísse para caçar, prá não trazer no mínimo uma onça amarrada pelos pés.Tinga contou que certa vez saíram para uma caçada, já estava há dois dias e nada de a caça aparecer. Foi aí que Toninho lhe contou que contratou um feiticeiro para ajudá-lo conseguir alguma coisa que pudesse lhe facilitar o trabalho nas caçadas. Depois de alguns dias, o feiticeiro lhe entregou uma flauta mágica que, ao ser tocado, enfeitiçava os animais, fazendo-os dançar. Tinga intrigado quis saber mais detalhe sobre a tal flauta. Entusiasmado, Toninho mostro-lhe o instrumento, que não passava de um talo de bambu com quadro furos. Essa eu pago prá ver, disse-lhe Tinga, ao avistar um bando de queixada que se aproximava. De imediato, o caçador pôs-se a tocar a flauta e, milagrosamente, os porcos que já estavam próximo deles, começaram a dançar. Mataram dez à queima roupa. Horas depois, um sobressalto. Os dois foram atacados por uma jaguatirica que saltava de uma árvore. Ao som da flauta, contudo, o animal transformou-se, ficando manso e dançou. Tinga não hesitou, pegou uma envira e amarrou-a pelos pés. Voltaram contentes para casa, a comunidade do lago ficou contente e pasma com tanta comida e pela coragem dos dois. Somente eles sabiam da flauta que sendo tocada, animais ferozes dançavam. Meses depois, os dois resolveram novamente a realizar outra caçada. Ao final do dia, cheios de confiança na mágica da flauta, encontraram pela frente, uma onça preta faminto. A Flauta soou, mas ela não dançou. Ao contrário, atacou o flautista, devorando-o. Tinga, desesperadamente, sem saber o que fazer, trepou no pé de assacú e lá ficou rezando e tremendo de medo. Nada podia fazer. Uma vez que nem arma tinha levado. Dois macacos, em cima de uma árvore próxima, assistiam com atenção à cena. Um deles "falou" com sabedoria: Eu sabia que daria tu do errado quando encontrassem a “surdinha”.
Acredite se quiser!
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